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sábado, 5 de julho de 2014

Tirar o dia para chorar, rever e ressentir sentimentos, presentear os ouvidos com uma boa música enfim, viver por algumas horas as sensações da alma! Quem nunca fez isso? Se não fez pode ser que ainda não esteja se sentindo vivo, mesmo estando! Mas, quem se permite se sentir vivo nos dias de hoje? Tanta correria, um mundo feito de tarefas! Somos robôs tarefeiros programados para apenas dois rumos: construir uma família, de preferência constituída por um homem, uma mulher e seus filhos, ou viver solitariamente integrando o mundo dos solteiros: “mal amados”, “mal humorados”; “pessoas que vivem a vida de forma superficial”.
Mas, será que essa superficialidade, não assola o mundo das PESSOAS? Sejam elas casadas, solteiras, amadas, não amadas, heterossexuais, homossexuais etc...? Parece que as pessoas não têm mais DISPONIBILIDADE e TEMPO para construir laços de AMOR e CONFIABILIDADE.  A “moda é pegar e não se apegar”, é ter um mundo de “amigos” e “amores” virtuais. E o amor vem sendo vulgarmente propagado como sendo a busca, apenas, pela satisfação do gozo. Nos desresponsabilizamos com o amor, o tornamos um sentimento raso, simplificado e estabelecido pelas “conexões” que podem ser desconectadas, com apenas um click. Passamos a chamar de “fazer amor” o sexo estabelecido apenas pelo prazer,  com alguém que encontramos e poderemos nunca mais encontrar. Chamamos isso de liberdade!
Aliás, no nosso conceito de liberdade não cabe mais o importar-se com o outro. Nosso egoísmo restringiu as relações a conexões, e a uma ilusão de nunca estar sozinho mesmo estando numa sala, apenas, com um computador em frente. As pseudo-relações criadas na contemporaneidade permitem a falta de toque no outro, permite a sensação do beijo e do abraço virtual, cria o cheiro e o calor da pele do outro em algumas tecladas.  Mas ainda não consegue curar o vazio que sentimos no nosso interior e sanar a superficialidade em que vivemos.
E como sanar essa superficialidade? Essa talvez seja uma das principais preocupações que assolam as discussões paradigmáticas da contemporaneidade. Eu, uma mera mulher que gosta de exercitar o cérebro pela reflexão, entendo que o exercício do amor pelo toque, pela troca de olhares, pelo exercício da solidariedade, pelos gestos simples de compaixão enfim, pelo cuidado consigo mesmo, com o outro e com o mundo que habitamos já, nos leva rumo a superação dessa superficialidade que nos invade, e é reproduzida por nós. E talvez só o inicio desse processo de redescoberta do nosso eu, da nossa humanidade, nos permitirá a criação de outra forma de vida que supere o individualismo e a desumanidade em detrimento da vida .

Para incitar um pouco mais a reflexão sobre o tema, sugiro o filme "A vida secreta de Walter Mitty" e o livro "Amor Liquido"

Maiores Informações sobre o filme clique aqui.


Baixar o livro "Amor Liquido"


Um comentário:

  1. É amiga...essa superficialidade é o ônus que pagamos por termos tanta tecnologia facilitando as nossas vidas... As pessoas estão cada vez mais superficiais, as relações consequentemente, vão pelo mesmo caminho. Tenho medo, ás vezes, de pensar no que será de nós daqui a alguns anos? O que será das novas gerações se as pessoas não se encontram mais, não saem de trás de suas telas de LED? Seus sentimentos são encobertos por teclados enlouquecidos onde se tem coragem para abrir sua alma para o mundo inteiro ver? Mas falta coragem de olhar no olho do outro e dizer "eu te amo",... Não sei se as próximas gerações terão o prazer de poder conhecer essas pequenas coisas da vida, que nos fazem tão felizes.

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